05/11/2024
Mesmo diante dos resultados das urnas, que elegeram uma nova composição na Câmara Municipal e um novo prefeito para Eunápolis, a prefeita Cordélia de Almeida age contra o interesse público ao tentar, no fim de seu mandato, acelerar a privatização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário do município. Essa decisão atropela o bom senso e desconsidera o fato de que a nova gestão, sob o prefeito eleito Robério Oliveira, terá a responsabilidade de conduzir o município daqui para frente. Em vez de respeitar o desejo de renovação que a população demonstrou nas urnas, a prefeita se apressa em impor um modelo de gestão de serviços essenciais que privilegia interesses privados, deixando a população de lado.
Desde o início de sua gestão, Cordélia criou uma relação conflituosa e eleitoralmente motivada com a Embasa, a empresa pública que há anos tem experiência em administrar o abastecimento de água e esgoto no estado. Com essa atitude, ela prejudicou o município, que poderia ter recebido aproximadamente R$ 200 milhões em investimentos que beneficiariam diretamente a população. Esses investimentos, paralisados pela falta de contrato formalizado entre o município e a Embasa, não só melhorariam a qualidade do abastecimento de água e da coleta de esgoto, mas também impactariam a saúde pública e o desenvolvimento econômico de Eunápolis.
Cada dia que passa sem essa formalização representa uma oportunidade perdida. A falta de avanços nos sistemas de água e esgoto impede a criação de postos de trabalho e de novos projetos de infraestrutura. Obras como novas estações de tratamento de água e esgoto, elevatórias de bombeamento e redes coletoras de esgoto poderiam estar gerando empregos e movimentando a economia local. Além disso, a ausência desses investimentos afeta diretamente a qualidade de vida da população, principalmente a das famílias mais vulneráveis. Com a falta de saneamento adequado, aumentam os riscos de doenças e diminuem as chances de uma vida digna para todos (todas)..
Privatizar o abastecimento de água e esgoto significa colocar um serviço essencial nas mãos de empresas que, historicamente, priorizam o lucro em detrimento do bem-estar da população. Com o objetivo de maximizar seus ganhos, muitas dessas empresas negligenciam os investimentos necessários para garantir um serviço de qualidade. E isso resulta, no médio e longo prazo, em tarifas elevadas e um serviço ainda mais precário. A conta, no fim, recai sobre o povo, que já paga seus impostos e agora teria que arcar com altos valores nas tarifas para sustentar lucros privados.
Há também um problema sério com a corrupção e a falta de fiscalização que costumam acompanhar processos de privatização. Em muitos casos, empresas privadas envolvem-se em fraudes e subornos para contornar os órgãos de controle, criando um ciclo de impunidade e exploração. Sem uma fiscalização rigorosa, os interesses da população ficam em segundo plano, enquanto os lucros de poucos são priorizados. Essa realidade cruel mostra que privatizar a água é arriscar o futuro de nossa cidade e entregar o patrimônio público nas mãos de especuladores.
Água é uma riqueza do povo e não pode ser privatizada. A população de Eunápolis merece uma gestão pública que priorize a saúde, o desenvolvimento econômico e o bem-estar de todos (todas), não os interesses de empresas privadas.
É hora de unir forças contra essa tentativa de privatização desastrosa e exigir investimentos públicos que beneficiem a cidade e criem oportunidades para a população.
Vamos à luta!