Em reunião realizada ontem (24/03) entre o Sindae e representantes da Companhia de Engenharia Hídrica e de Saneamento da Bahia - Cerb, na sede da companhia, no CAB, em Salvador, quando deveria ter sido a primeira rodada de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho - ACT, o que ocorreu, na verdade, foi uma grande frustração. A expectativa deu lugar a um sentimento de decepção com a falta de respeito da Cerb para com os (as) trabalhadores (as).

Em uma sinalização muito ruim, demonstrando pouco interesse na negociação, os (as) representantes da Cerb presentes na reunião nem sequer tinham se dado ao trabalho de ler a pauta de reivindicações, alegando não ter orientação do Governo Estadual para negociar a renovação do ACT.

Mesmo com a negativa, o sindicato insistiu em apresentar a proposta de preservação da data-base, mantendo as conquistas da categoria, enquanto se segue debatendo as proposições da pauta de reivindicações formuladas e aprovadas pela categoria. Após anos de perdas salariais, os (as) trabalhadores (as) vem em busca de avanços neste ACT biênio 2023/2024 e esperam que, com a mudança de governo estadual, haja uma nova perspectiva para a classe trabalhadora, a exemplo do que ocorre com o governo Lula, mesmo com grande parte do congresso nacional tendo perfil reacionário.

Apesar dos (as) representantes da Cerb afirmarem não ter orientação do Governo para negociar ACT, sinalizaram que entrarão em contato com o sindicato, ainda na primeira semana de junho, para marcar uma nova reunião, caso já tenham, até lá, recebido alguma orientação do Governo do Estado. 

De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos - Dieese, apenas entre os anos de 2015 a 2022, as perdas inflacionárias são de 53,33% para os servidores (as) ou empregados (as) públicos (as) estaduais, o que inclui a Cerb.

Os (as) trabalhadores (as) da Cerb continuam cobrando da empresa e do governo estadual a aplicação da promoção por antiguidade, mais um passivo que, por omissão do governo, tende a virar mais um passivo trabalhista na justiça da trabalho. Absurdamente, em uma empresa que tem um trabalho extremamente importante para a zona rural, que é levar água para as população em locais mais afastados e remotos, o governo estadual trata os (as) trabalhadores (as) com tanto desdém.