Gota D'água

Sindae participa do “Grito dos Excluídos (as)” e faz alerta sobre o impacto da destruição da natureza sobre o abastecimento de água

08/09/2020

Sindae participa do “Grito dos Excluídos (as)” e faz alerta sobre o impacto da destruição da natureza sobre o abastecimento de água

Ao contrário de todos os outros anos, a 26ª edição do Grito dos Excluídos aconteceu de forma diferente devido à pandemia do Covid 19. aconteceu de forma diferente. Ao invés de irem para rua, como em anos anteriores, o evento foi realizado por meio de uma live na página do Fórum Popular da Natureza no Facebook  e no seu canal no Youtube. 

Mesmo de forma virtual, os movimentos populares e pastorais por todo Brasil tiveram suas vozes representadas. Na Bahia, a live aconteceu na parte da manhã da segunda-feira, 7 de setembro, reunindo o padre José Carlos, da Arquidiocese de Salvador, o deputado estadual Marcelino Galo, a vereadora Marta Rodrigues de Salvador, a quilombola Maria Abade, o coordenador do Movimento dos Sem Terra, Gilmar Mauro, entre outros que tiveram participação durante a transmissão.

A live foi dividida em blocos e num deles foi especialmente dedicado à água. Nele, o coordenador regional da Direção Sindical do Dieese/BA, Grigorio Rocha, do Sindae (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente no Estado da Bahia) participou, gritando em defesa da água: “Se não começarmos imediatamente a conter a destruição de nossas florestas, vamos pagar caro mais na frente. Nossa luta é para a preservação da água para as futuras gerações. Nosso grito é para a vida”, considerou. Grigorio alertou que, se não pararmos a devastação da floresta amazônica, da mata atlântica e das matas ciliares dos nossos rios, deveremos passar muito em breve por uma grave crise hídrica (seca) e até desertificação em algumas regiões do Brasil, em decorrência da redução do regime de chuvas provocado pela destruição da cobertura vegetal. Durante esse bloco, vários representantes da população ribeirinha, dos povos originários da floresta, principalmente, da Bacia Amazônica, também se manifestaram em defesa da água. 

Gritos

Ao longo da live, inúmeros representantes de movimentos populares, sindicatos, ONGs e coletivos, de associações de pessoas com deficiência, comunidade LGBTQ+, quilombolas, indígenas, entre outros, puderam se expressar, muitos deles gritaram contra o Governo Bolsonaro. Veja alguns dos gritos:

“Meu grito vai contra a violência à mulher e ao negro”, vereadora de Salvador, Marta Rodrigues. 

“A economia de produção deve estar a serviço da vida e não servir para os bilionários que controlam essa produção. Basta de miséria! Basta de repressão! Basta de preconceito!”, deputado estadual Marcelino Galo. 

“Que os excluídos não sejam mais objeto, mas sujeitos de transformação”, disse Padre José Carlos, da Arquidiocese de Salvador. 

“Chega de miséria! Chega de preconceito! Chega de intolerância religiosa! Pelo fim da violência contra os terrreiros! Basta de extermínio do povo preto, do povo indígena!”, reforçou a quilombola Maria Abade. 

“Chega de escravidão e de latifúndios, da exploração do neoliberalismo que está instalado hoje em nosso país, destruindo nossas florestas, envenenando nosso solo, nossa comida. Vamos fazer militância casca grossa, porque duros são os nossos inimigos com a população”, ressaltou Gilmar Mauro, do MST.