Gota D'água

Funcionários da Embasa vão aproveitar greve para denunciar privatização da água em Porto Seguro

06/08/2019

Funcionários da Embasa vão aproveitar greve para denunciar privatização da água em Porto Seguro
Foto: Acervo Sindae

Lutando para renovar com a empresa o acordo coletivo de trabalho deste ano, funcionários da Embasa vão participar de uma paralisação de 48 horas, nesta quarta e quinta (dias 7 e 8), de uma forma bastante diferente: como a prefeitura de Porto Seguro anunciou que vai licitar uma nova empresa para prestar os serviços de água e esgoto, eles vão pra rua conversar com a população e distribuir panfletos explicando o risco que a sociedade corre com a privatização desses serviços, sobretudo por uma gestão marcada por escândalos em licitação.

A prefeita marcou a licitação para 23 de setembro, mas a população já disse ser contra a privatização em todas as audiências realizadas na sede municipal e nos distritos. O contrato previsto prevê aumento de tarifa logo no primeiro ano de vigência, redução das pessoas com direito à tarifa social e proibição ou cobrança sobre poços artesianos. E pelo que se comenta, a empresa que conduz o processo é uma empreiteira de Minas Gerais, do setor de engenharia, e que já foi punida por se envolver em graves irregularidades na Prefeitura de Governador Valadares (MG).

Trabalhadores da Embasa já fizeram campanhas contra a privatização tão logo a prefeita anunciou a intenção de entregar o serviço para uma empresa privada. Várias entidades locais também estão lutando, a exemplo do Fórum de Luta Permanente e do Coletivo de Mulheres da Resistência, além de associações de moradores. Alguns vereadores já se colocaram contra, mas resta ver como irão agir daqui pra frente.

A prefeitura tentou repassar o serviço para empresários anteriormente, mas foi derrotada pela reação popular. E não terá trégua de novo: o Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sindae) já estuda uma ação judicial contra esse processo, já denunciou ao Ministério Público Federal as articulações para parecer legal o que está totalmente irregular e também cobrará posição do governo estadual, já que o sistema de Porto Seguro é integrado a outros municípios e, para privatizar, precisa ter aprovação da maioria.