Um novo lote de venenos foi liberado pelo Ministério da Agricultura na semana passada, conforme publicação no Diário Oficial da União do último dia 21. Dessa vez o governo abriu a comercialização para 31 novos agrotóxicos, dentre eles oito considerados extremamente tóxicos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Os produtos que estão sendo colocados na mesa dos (das) brasileiros (as) são de causar arrepio. Entre os 31 novos agrotóxicos aprovados agora, três deles apresenta na sua composição o glifosato, apontado como causador de câncer. Mas isso não tem exigido cautela das autoridades, pois o número de agrotóxicos liberados no Brasil vem aumentando nos últimos anos. Em 2015, foram 139 e, em 2018, 450.

A rapidez na liberação desses produtos perigosos para a saúde humana tem aumentado, mas o governo atribui isso às medidas de desburocratização. Na verdade, o que tem prevalecido é a força do agronegócio e seu capital: segundo a Associação Brasileira de Saúde Coletiva, o Brasil é o maior mercado de agrotóxicos do mundo. Entre 2009 e 2017, a quantidade de defensivos agrícolas comercializados no país quase dobrou, alcançando cerca de 540 mil toneladas.

Entre os produtos mais vendidos estão agrotóxicos proibidos na União Europeia devido à alta toxicidade, como o herbicida Paraquat e o inseticida Acefato.