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Fatos de ontem e de hoje para ajudar a reflexão de pessoas não negras sobre Evaldo, Big Brother, racismos

17/04/2019

Você pessoa não negra pode achar que sabe, pode até achar que vivencia, mas existem algumas realidades sobre racismo que sempre devem ser repetidas e refletidas diariamente porque vidas negras devem também importar para você. Fatos de hoje e de ontem:

A Guerra da Síria mata menos pessoas, do que o Brasil mata negros hoje.

Segundo dados da ONU, a cada 23 minutos um negro é morto no país. Esse numero pode ter aumentado, o número é de 2016.

O genocídio da população negra é uma política de estado presente desde a Escravidão.

Em São Paulo, João Doria Jr é um governador que autoriza em seu discurso o genocídio a populacão negra: “a polícia de São Paulo vai atirar para matar.” Já no Rio de Janeiro, o governador Witzel diz: “tem que mirar na cabecinha.”

Bolsonaro foi muito cobrado em suas nas redes sociais sobre o fuzilamento de Evaldo Rosa. O que se espera de um chefe de estado diante de um fuzilamento de uma família em atitude normal, num domingo de sol, dentro de um carro popular no Rio de Janeiro? 6 dias de silêncio? Mas quando fala….

A postura do capitão, no caso do fuzilamento do músico Evaldo Rosa e sua família, foi um recado claro: negros não importam. Já o vice-presidente declarou que o exército não foi preciso em sua mira, caso contrário “não teria sobrado ninguém.”

Na visão desses governantes matar é racional e corpos negros devem ser exterminados no Brasil.

O Projeto anti-crime de Moro facilita o extermínio de pessoas. Adivinhem quem vai morrer ainda mais?

Um helicóptero com 450 kg de cocaína foi apreendido, mas ninguém foi culpabilizado. Quem são os verdadeiros bandidos?

O 1o de janeiro de 2019 é uma data que representa o dia nacional um pacto social firmado e legitimidado por Bolsonaro:  negros são corpos matáveis.

Uma juíza em Santa Catarina disse, num julgamento, que há um estereótipo para identificar um criminoso. Adivinhem de qual “estereótipo” essa magistrada estava falando?

No reality Big Brother Brasil uma racista vence. O louro da vitória vem justamente pelo crime de racismo praticado dentro da casa. O apresentador da atração, com sua branquitude racista permeada por privilégios, legitima a vitória, com uma das declarações mais criminosas e descaradas dignas de um senhorzinho de Senzala em horário nobre da TV: “venceu quem teve a audácia de ser imperfeita, venceu quem teve a coragem de ser real em 2019.”

O estereótipo do marginal acompanha os negros desde a escravidão e a mídia tradicional tem uma responsabilização muito grande em reforçar esse padrão, nas novelas, jornais, ou seja, na programação cotidiana.

Sobre a cultura do medo, pensem que jovens negros tem total razão em temerem a policia, afinal de contas, qual é a cor de pele que mais está na mira? Negros nunca se sentem protegidos pela polícia.

Por tudo isso e muito mais, uma reflexão fundamental deve ser feita por pessoas não negras: usem seus privilégios para o combate ao racismo estrutural, o racismo que se dá nas relações trabalhistas, afetivas, cotidianas. Usem seus privilégios para serem anti-racistas de verdade. Vidas negras devem importar também para vocês.

Fonte: Jornalistas Livres