É alarmante o cenário que se desenha na Embasa, onde o poder econômico se infiltra cada vez mais, ameaçando a essência da empresa pública que deveria servir ao povo baiano. Ontem (17/10), a categoria assistiu à exoneração da Superintendente da Região Norte, Juliana Barbosa, uma medida que levanta sérias questões sobre a autonomia da Embasa e a influência crescente do setor privado em suas decisões. Esta exoneração é vista como mais um passo para viabilizar uma Parceria Público-Privada (PPP) no município de Feira de Santana e região, em um contrato bilionário que pode se estender por 35 anos.

A exoneração de Juliana Barbosa ocorreu de forma surpreendente, logo após a valorização, no programa sindical “Papo Coletivo”, do trabalho excepcional realizado por essas lideranças regionais. Essa coincidência é um sinal claro de que a ética e os interesses públicos estão sendo sacrificados em nome de uma agenda privada que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar da população.

Além disso, há informações preocupantes que precisam ser devidamente investigadas: gerentes em funções-chave estão sendo indicados por empresários de forma generalizada. Isso é gravíssimo do ponto de vista ético e legal, pois compromete a integridade da gestão pública e coloca em risco a qualidade dos serviços que deveriam ser prestados em prol da população.

O que está em jogo não é apenas a gestão da Embasa, mas o próprio futuro da prestação de serviços essenciais, como abastecimento de água e tratamento de esgoto. Quando os interesses empresariais se sobrepõem à política e ao compromisso social, a qualidade dos serviços públicos fica comprometida, e os cidadãos se tornam reféns de um modelo que visa apenas o lucro.

O Sindae está atento a esses movimentos e intensificará sua mobilização para defender a Embasa contra as investidas de especuladores privados. Não podemos permitir que a privatização do saneamento básico se torne a norma, colocando em risco os direitos dos trabalhadores e da população.

Vamos à luta!