O projeto “Moderniza”, que pretende alterar significativamente o modelo organizacional da Embasa sob a justificativa de trazer maior eficiência, pode ter um efeito contraproducente: desorganizar a empresa em período eleitoral.

O processo tem sido conduzido de maneira sigilosa e fragmentada, sem que os trabalhadores, o corpo técnico e as gerências tenham acesso a uma visão completa da proposta e de sua implementação prática. Essa falta de transparência tende a gerar confusão e atrapalhar o funcionamento da empresa.

Aprovado por unanimidade pelo Conselho de Administração (CONSAD), o projeto deveria ter sido submetido ao conselho apenas ao final de um amplo debate, após ouvir e envolver trabalhadores experientes, inclusive aqueles que vivenciaram mudanças passadas e acumularam conhecimento sobre o que não funciona. Sem a participação da categoria, a assimilação das mudanças fica prejudicada.

Outro ponto de enorme preocupação, que chega a representar um risco de colapso, é a unificação das diretorias de Operação do Interior e Metropolitana. Especialistas consultados pelo sindicato alertaram que, no passado, essa estrutura unificada se mostrou ineficaz. A medida representaria uma mentalidade que busca imitar uma pseudoeficiência do setor privado, ignorando as especificidades de uma empresa pública que tem uma missão social em um estado de dimensão territorial continental. 

Diante disso, o Sindae solicitará, nos próximos dias, uma reunião com o secretário da Casa Civil, Afonso Florence, para discutir essas mudanças. Essa ação é necessária, pois, embora a direção da Embasa tenha prometido apresentar o projeto à categoria, mas, como este já foi aprovado, essa apresentação pode não ter qualquer efeito prático.

Vamos à luta!