11/04/2025
No apagar das luzes desta sexta-feira (11/04), a Embasa encaminhou um ofício para a direção do Sindae contendo uma nova proposta para o pagamento do Programa de Participação nos Resultados (PPR 2024/2025 e PPR 2025/2026). Segundo o documento, os critérios de distribuição do programa passariam a se basear em uma parcela proporcional de 1,3 da remuneração por empregado(a), calculada com base no salário de dezembro do ano-base. O restante do montante a ser distribuído ficaria destinado a uma parcela fixa dividida pelo número de empregados (as) habilitados (as) a receber o PPR.
Além de não apresentar nenhum avanço significativo em relação à proposta anterior, esta nova proposição representa uma mudança ardilosa e profundamente injusta na metodologia de cálculo do PPR, pois favorece de forma escancarada os que já ocupam os cargos mais bem remunerados. Ao priorizar a proporcionalidade em detrimento da linearidade, a Embasa estabelece um modelo regressivo, que amplia desigualdades dentro da empresa.
Na prática, caso o valor global do PPR venha a ser reduzido no futuro — algo totalmente possível diante da conjuntura econômica —, a parte fixa (linear), que beneficia principalmente os(as) trabalhadores(as) de salários mais baixos, será a única a sofrer cortes. Ou seja: a proposta embute um mecanismo que protege os ganhos de quem está no topo da pirâmide salarial, penalizando justamente os que mais dependem desse incentivo.
Para agravar ainda mais a situação, a Embasa insinua, de forma pouco transparente, alterações nas metas do programa, além de estabelecer o pagamento para os meses de maio deste ano e de 2026.
A postura da empresa é intransigente e revela uma gestão insensível e elitista. Recentemente, a Embasa ainda teve a audácia de publicar uma nota vergonhosa em sua intranet, na qual faz uma defesa agressiva dos altos salários e utiliza um canal institucional para desrespeitar e humilhar os(as) trabalhadores(as) de Nível Médio e Técnico. Essa atitude não condiz com o que se espera de uma empresa pública que deveria zelar pela valorização da força de trabalho e pela construção de um ambiente de respeito e incentivo à produtividade.
Enquanto o governo Lula promove medidas para aliviar a carga tributária dos(as) trabalhadores(as) de menor poder aquisitivo e avança na taxação dos mais ricos, a Embasa vai na contramão da justiça social. Com essa manobra — um verdadeiro “cavalo de pau” —, a empresa apresenta uma proposta ainda pior do que a anterior, que já era inaceitável. É uma afronta, um desrespeito e uma vergonha para todos(as) os(as) empregados(as).
Na próxima semana, a direção do Sindae se reunirá para avaliar o cenário e definir os próximos passos da luta. Até lá, é fundamental que os(as) trabalhadores(as) da Embasa permaneçam firmes, unidos(as), confiantes e mobilizados(as).
Vamos à luta!