Para cada batida de panela dada até o impeachment da presidente deposta pelo golpe, Dilma Rousseff, o Brasil vai perdendo valiosos patrimônios construídos durante décadas. Agora é a vez da transferência do controle da Embraer para a americana Boeing, que está colocando 3,8 bilhões de dólares para essa negociata que foi anunciada na última quinta (5). Como se sabe, a Embraer é uma renomada fabricante nacional de aviões, e há muito tempo vem construindo jatos comerciais, grande parte deles vendidos para os EUA.
Vale salientar que a Embraer, além do braço comercial, é estratégica para a defesa nacional, pois atua com força no segmento de aviação militar. Até agora ninguém da área de Defesa Nacional se pronunciou sobre o negócio.
Como no início tudo são flores, o presidente da Boeing, Dennis Muilenburg, disse em nota: "Ao formarmos essa parceria estratégica, estaremos muito bem preparados para gerar valor significativo para os clientes, empregados e acionistas de ambas as empresas - e para o Brasil e os Estados Unidos". Como no final de negócios não existem flores, mas sobram espinhos, o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP), onde fica a maior fábrica da Embraer, estima que a transferência do controle da empresa para os americanos coloca em risco o emprego de 25 mil pessoas. São 13 mil empregados diretos da Embraer e outros 12 mil terceirizados, espalhados por mais de 40 empresas.
O negócio também terá consequências sociais que afetará a arrecadação de municípios da região, além de interferir na vida de famílias que terão trabalhadores (as) transferidos para uma nova fábrica a ser construída. Empregados (as) já foram informados do remanejamento para outros locais, mas isso só ficará mais claro no próximo ano.