21/09/2023
Nesta quarta-feira (20/09) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Nova York, para laçar a “Parceria pelos Direitos dos Trabalhadores e Trabalhadoras”. A proposta visa mais que ações concretas de imediato, mas sim, incentivar a geração de empregos com cobertura de direitos trabalhistas e proteger quem trabalha por meio de plataformas digitais, a exemplo de transporte de passageiros e entrega de refeições.
Segundo os presidenciáveis, a ideia é criar um novo marco na relação entre capital-trabalho, uma relação do século 21, civilizada. Sendo necessário também discutir como valorizar os salários em um contexto de transição energética e crises nas democracias ocidentais.
Em sua fala, Lula destacou a importância da atuação dos sindicatos. Segundo ele, todas as pessoas que acreditam que sindicato fraco vai fazer com que o empresário ganhe mais estão enganadas. Acrecentando ainda que não há democracia sem sindicatos fortes, porque os sindicatos são quem fala efetivamente pelo trabalhador.
Biden ressaltou que, na história dos EUA, o seu governo tem uma imagem de pró-sindicato, pois ele acredita que os pobres precisam ter oportunidades de subir na vida, e que essa visão é impulsionada por uma força trabalhista forte. Os lucros sem precedentes devem se traduzir em salários mais altos.
Para Lula, a preocupação de Biden com os trabalhadores é notória na história dos EUA, citando ainda, que está tentando convencer as pessoas ricas que, quanto menos pessoas pobres no mundo, melhor será para os ricos. A pobreza e a desigualdade não interessam a ninguém.
Falou da importância da inclusão de mulheres, minorias étnicas, os LGBTQIA+ não podem mais ser discriminados no mercado de trabalho.
Essa parceria com os EUA pode ser o despertar do sonho de um menino de 18, 20 anos, para a juventude. “Nosso gesto pode ser uma demonstração de que é possível criar outro mundo, mais justo, fraterno e humanista”, declarou.
ENTENDA A INICIATIVA
A parceria visa estreitar a colaboração entre os governos, centrais sindicais e a OIT (Organização Internacional do Trabalho), com foco em "desenvolvimento inclusivo, sustentável e amplamente compartilhado com todos os trabalhadores e trabalhadoras.
O governo brasileiro cita a necessidade de "ampliar o conhecimento público sobre os direitos trabalhistas e oferecer oportunidades para que os trabalhadores e trabalhadoras se capacitem para defender seus direitos", nas diretrizes da parceria.
Também há interligação com a temática climática, a fim de garantir que "a transição para fontes limpas de energia proporcione oportunidades de bons empregos para todos e todas”.
As formas de trabalho nas plataformas digitais são mencionadas como tópico a ter mais proteção aos direitos dos trabalhadores.