Em reunião tensa com a Comissão de Negociação da Embasa, realizada na tarde desta quinta-feira (30/09), o sindicato voltou a afirmar, de maneira decisiva, que a categoria não vai abrir mão das suas conquistas históricas, conseguidas a duras penas. 

A entidade, pela enésima vez, demonstrou que não há nenhum impedimento jurídico, como tem alegado a Embasa, que a impeça de pagar qualquer tipo de gratificação, abono ou prêmio para os (as) trabalhadores (as) pelos longos tempos de serviços prestados à companhia. Sendo a adequação da cláusula do PAI (Programa de Aposentadoria Incentivada) às mudanças trazidas pela reforma da previdência, uma questão meramente redacional.  

Nesse sentido, e em mais um passo na tentativa de superação da crise criada pela empresa em não querer avançar no Acordo Coletivo- ACT, o Sindae mais uma vez formulou uma proposta, apresentando desta vez a ideia de criação do PID (Plano de Incentivo ao Desligamento) nos mesmos moldes do PAI, com a diferença que o PID seria para os (as) empregados (as) a partir de 55 anos e independentemente do (da) trabalhador (a) estar aposentado (a) ou não. Outra proposição foi à abertura de uma última janela do PAI para aqueles (as) que se aposentaram anteriormente a reforma da previdência, sem alterar os valores que atualmente são pagos, mais a criação do PID, com o pagamento de 50% sobre o salário base por cada ano trabalhado na empresa mais a multa de 30% sobre o saldo do FGTS para fins rescisórios, e a incorporação de R$500 nos salários base de todos empregados.

Por outro lado, o sindicato ainda deixou claro que o espírito de negociação está aberto no sentido de encontrar a melhor redação que mantenha a conquista do histórico Prêmio Aposentadoria, não havendo nenhum impedimento legal para o tal. Inclusive, foi sugerido que houvesse uma reunião entre os advogados do sindicato e os representantes jurídicos da Embasa para tentar construir uma redação de consenso que supere todas as divergências.

Na última segunda-feira, a Embasa realizou uma videoconferência para tratar do Acordo Coletivo - ACT, que foi muito mal recepcionada pela categoria pelo tom ameaçador e pela falta de diálogo, uma vez que os (as) trabalhadores (as) presentes foram impedidos de se manifestar. No evento, além da pressão rasa, a empresa ainda fez ameaças de corte dos benefícios caso a sua proposta não fosse aceita, sugerindo que poderia não renovar a manutenção das cláusulas do atual ACT no final de outubro, algo absolutamente fora de propósito. 

É um momento crucial e o Sindae fará reunião com os trabalhadores (as) em todos os parques da empresa na capital e interior do estado para mobilizar e preparar a categoria para os desdobramentos da campanha salarial.