A diretoria da Embasa apresentou na reunião de negociação desta quinta-feira (03/12), na qual foram discutidas as cláusulas econômicas, mais retrocessos dentro do pacote de maldades para o acordo coletivo 2020/2022. Segundo os representantes da empresa, o pacote de maldades teve a chancela do governador Rui Costa, visando retirar direitos dos trabalhadores e tornar a Embasa mais atraente para a abertura de capital.

O pacote de retrocessos do governador inclui a retirada do acordo das cláusulas do Anuênio e do Bônus Junino e Natalino, pagar a gratificação de férias apenas para quem tirar os 30 dias e congelar os valores das demais cláusulas. Cabe lembrar que nas rodadas anteriores a Embasa já havia proposto aumentar a coparticipação por procedimento no plano de saúde para 30% e retirar do acordo a cláusula do Programa de Aposentadoria Incentivada. Para mascarar a perversidade e não dizer que a proposta era completamente nefasta, a diretoria da empresa propôs para o reajuste salarial a reposição da inflação medida pelo INPC, com percentual de 2,46% retroativo à data base de 1º de maio.

Diante da indignidade da proposta do governador, apresentada pela diretoria da Embasa, em especial porque a empresa está em ótima condição financeira e com baixo nível de endividamento, o que lhe proporciona a capacidade de captar os recursos necessários para fazer as obras de universalização do saneamento, o sindicato protestou de forma veemente e rejeitou a proposta.

Para objetivar a negociação e buscar um horizonte mais razoável para o fechamento do acordo, a comissão de negociação do Sindae na mesa apresentou para a empresa a seguinte contraproposta:

Reajuste Salarial - 3%

Vale Alimentação - R$ 924,00

Auxílio Funeral - R$ 6.500,00

Auxílio Creche - R$ 850,00

Auxílio por Filho com Deficiência - R$ 1.650,00*

Diárias - Reajuste pelo INPC (2,46%)

Bônus Junino e Natalino - R$ 200,00

Auxílio Material Escolar - R$ 250,00

Auxílio Educação - R$ 350,00

O sindicato propôs também o fechamento do acordo coletivo para dois anos, até maio de 2022, com reajuste salarial e dos benefícios pelo INPC em 1º de maio de 2021, bem como a manutenção de todas as demais cláusulas do atual acordo coletivo. Para a continuidade das negociações, o Sindae propôs uma nova rodada no dia 10 de dezembro, mas a empresa ficou de confirmar.

Antes de finalizar a reunião, os representantes do Sindae cobraram ainda a realização do novo concurso público e a revisão dos protocolos de segurança para o Covid-19, tendo em revista e explosão de casos nas unidades da empresa na capital e no interior, inclusive com morte de companheiros do grupo de risco que estavam trabalhando de forma presencial.

A empresa alegou que está aguardando o momento mais oportuno para lançar o edital do concurso e que deve se reunir na próxima semana para reavaliar o protocolo 7.1, uma vez que o número de casos no Estado se acelerou após as eleições municipais.