Gota D'água

Apagão no Amapá reascende o debate sobre a importância das empresas estatais

07/11/2020

Apagão no Amapá reascende o debate sobre a importância das empresas estatais
Foto do site do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragem)

O Estado do Amapá, em colapso, sofre neste momento com a falta de água, combustíveis e desabastecimento geral em decorrência da pane elétrica desde a última terça-feira (3), quando a subestação na capital Macapá pegou fogo por volta das 20h40, o que levou ao desligamento automático da linha de transmissão.

Desde então, estabeleceu-se um efeito dominó, já que praticamente todos os setores da economia dependem de energia e onde poucos lugares ou raríssímos estabelecimentos comerciais têm sistema de gerador de energia. A empresa responsável pela energia no estado é a espanhola Isolux, que tem histórico de maus serviços prestados em outros países. Cerca de 700 mil pessoas, de 13 dos 16 municípios estão sem luz. 

O que está acontencendo no Amapá é apenas um pequeno exemplo da incompetência do setor privado em gerar segurança à população na prestação de serviços essenciais, uma vez que é sabido que o único objetivo das companhias privadas é o retorno financeiro, o que leva, em muitos casos, a não realização de investimentos cruciais (para não afetar a sua lucratividade), com consequências muito graves para a qualidade das prestações dos serviços. É assim no setor elétrico como também no setor de saneamento, neste caso, as pessoas têm convivido com o não acesso à água potável e esgotamento sanitário, a exemplo de Manaus, também controlada por uma multinacional e que tem um dos piores indicadores de saneamento básico do país.

Segundo informações, a Eletrobrás, estatal brasileira, enviou técnicos do Pará, Maranhão e Rondônia para solucionar o problema uma vez que a empresa privada, a Isoluz, não conseguiu realizar os reparos.

As empresas estatais de gestão das águas, energias e mineração, cumprem um papel altamente estratégico para o desenvolvimento nacional, nos aspectos de ciência e tecnologia, defesa, controle de preços e segurança à população. A Eletrobrás, por exemplo, é responsável não somente sobre a energia elétrica, mas também pela vazão de rios e, com isso, a gestão do usos das águas, seja para irrigação e navegação, sendo, portanto, muito complicada à sua privatização do ponto de vista da soberania nacional.