Gota D'água

Aumento dos casos de Covid-19 aterroriza trabalhadores da Embasa em Feira de Santana e Salvador.

07/11/2020

Aumento dos casos de Covid-19 aterroriza trabalhadores da Embasa em Feira de Santana e Salvador.

O aumento do número de casos de Covid-19 entre os trabalhadores da Embasa tem deixado o clima tenso nas unidades de trabalho. A sensação vivida pelos (as) empregados (as) é de terror e ansiedade extrema à espera de quem será contaminado (a), pois pessoas cada vez mais próximas testam positivo para a doença e ninguém sabe quem sofrerá com os sintomas mais graves, quem terá as sequelas mais dolorosas, quem passará incólume ou quem perderá a vida.

Além da queixa sobre a precipitação da diretoria da Embasa em chamar para o trabalho presencial aqueles (as) empregados (as) acima dos 60 anos, mesmo os (as) que tem mantido boa produtividade no regime de trabalho remoto, funcionários (as) lotados na unidade regional de Feira de Santana – UNF reclamam que a contaminação pelo coronavírus têm aumentado nas dependências da empresa, com três casos identificados nos últimos 12 dias. Para piorar, a higienização dos ambientes de trabalho, que estava ocorrendo com frequência, foi abandonada. Apesar dessas deficiências, fala-se na unidade de retornar o atendimento ao público externo, o que aumentaria mais ainda o risco de contaminação. Outra reclamação geral é que os protocolos elaborados pela própria empresa têm deixado a desejar, principalmente porque os trabalhadores deveriam ser ouvidos na sua elaboração e implementação, o que nunca aconteceu.

A Embasa programou para esta segunda-feira (09/11) o retorno ao regime de trabalho presencial dos (os) trabalhadores (as) que se encontravam afastados ou em trabalho remoto em decorrência de serem maiores de 60 anos, mas há denúncias de que, em muitos parques, as condições de trabalho não estão plenamente adequadas. 

No parque da Federação (UMF), na capital baiana, há denúncias de ausência de material de higienização, a exemplo de álcool em gel, tanto para o pessoal de escritório e dos reservatórios quanto para o pessoal que vai trabalhar em campo, o que demonstra certa falta de planejamento da empresa, situação que pode ser agravada com o retorno do maior número de pessoas ao trabalho presencial a partir da próxima semana. No Cabula (Almoxarifado) e na sede da empresa, no CAB, há reclamações de aglomeração nas salas e problemas na ventilação dos ambientes.

O sindicato tem defendido que o retorno ao regime presencial de trabalhadores (as) que podem exercer suas atividades no regime de trabalho remoto é uma medida equivocada da diretoria da Embasa, pois traz riscos desnecessários aos seus empregados (as) e também para a coletividade, uma vez que provoca mais aglomeração no transporte público e nas dependências da empresa, além de aumentar os custos no dia a dia das unidades. O sindicato tem recomendado ainda que as CIPAs atuem fortemente na fiscalização das condições de trabalho e notifiquem por e-mail as gerências das unidades e o SESMT da Embasa (GPES) sobre o descumprimento dos protocolos de saúde e segurança durante a pandemia, sempre enviando a cópia da notificação para o Sindae.

O sindicato também criticou a decisão da Embasa de retirar mulheres grávidas e lactantes do regime de trabalho remoto e entrou com uma ação coletiva na justiça para proteger essas trabalhadoras, que aguarda uma decisão do juiz do caso. O departamento jurídico do sindicato também tem protocolado ações individuais visando garantir o regime de trabalho remoto para trabalhadoras (es) com filhos em idade escolar e que não tenham com quem deixá-los nesse período de pandemia, em virtude do fechamento das escolas e creches, bem como para aqueles (as) empregados (as) idosos (as) ou que tenham comorbidades capazes de torná-los (as) mais vulneráveis à infecção pelo Covid-19.

O sindicato entende que a pandemia ainda não está controlada e que, a exemplo da Europa e dos EUA, uma segunda onda de contaminações poderá ser dramática para a população, em especial porque já está comprovado em estudos científicos que existe a possibilidade de reinfecção. Não é redundante ressaltar que o Covid-19 é um vírus novo, de muito fácil contágio, e que as medidas protetivas para a saúde dos (as) trabalhadores (as) devem ser rigorosas e, até que se tenha uma vacina e que se mapeiem todas as formas de ação do vírus sobre o organismo humano, todo o cuidado ainda será pouco.

Portanto, a proteção à vida e à saúde dos (as) trabalhadores (as) deve estar em primeiro lugar neste