Gota D'água

Embasa adota MP da maldade de Bolsonaro e ataca direitos. Sindicato está atento e conclama a categoria à união

24/03/2020

Embasa adota MP da maldade de Bolsonaro e ataca direitos. Sindicato está atento e conclama a categoria à união

Adotada na calada da noite do último domingo (dia 22), pegando desprevenido um povo confinado em casa em função do coronavírus, a Medida Provisória (MP) 927 é o mais tenebroso ataque já desferido pelo governo Bolsonaro contra a classe trabalhadora. Ela permite desde a suspensão do contato de trabalho até colocar o trabalhador em gozo de férias e feriados nesse período de isolamento social, além de uma infinidade de benefícios aos empresários. É uma medida  ilegal, irresponsável e geradora dos caos, e lamentavelmente a Embasa está fazendo uso dela.

À luz das terríveis maldades e irresponsabilidades da MP 927, e mesmo sabendo das ilegalidades e das contestações que estão sendo feitas à medida por diversas entidades, inclusive da magistratura, a Embasa editou o Protocolo Covid Número 5, no qual consta a possibilidade de colocar trabalhadores em gozo de férias de forma unilateral, além de exigir assinatura de um contrato para os que estão em trabalho remoto sem nenhuma discussão com o sindicato.

O Sindicato já fez contato com a direção da empresa e protestou, além de ter acionado o setor jurídico para agir. Se isso não for contido, levaremos o nosso protesto ao governo estadual. Nossa orientação é de que ninguém assine nenhum documento. De modo diferente agiu a Cetrel, que buscou o Sindicato para negociar mudanças no turno de revezamento por conta do coronavírus. Mesma postura teve empresas do Polo Petroquímico, que chamaram o Sindiquímica para, juntos, discutir e promover alterações na rotina de trabalho.

A diretoria da Embasa demonstra, assim, a mesma crueldade e desumanidade que tem sido marcas do Governo Bolsonaro contra a classe trabalhadora, buscando desamparar as pessoas num gravíssimo momento de crise econômica, social e sanitária, onde é impossível prever o que será no dia de amanhã. Fez de Bolsonaro o espelho seu. Exagerou na maldade, escancarou sua insensibilidade diante de uma categoria (e de uma sociedade) atônita com um surto epidêmico que assola o planeta, causando milhares de mortes e destruição.

A ter de tomar um exemplo, faria melhor à direção da Embasa não se mirar em Bolsonaro, internacionalmente repudiado por más condutas, e sim observar o esforço de países europeus que, hoje, vivem no epicentro da pandemia do coronavírus. Lá, diferentes governos adotaram pacotes de socorro às empresas mas também aos trabalhadores, garantindo os salários nesse período de crise. A China, onde teve início o surto da doença, saiu da crise sem solapar as regras sociais.

A superação de crises com a envergadura da atual só é possível mediante a solidariedade e expansão dos mecanismos de proteção da sociedade. Sem isso, a sociedade estará caminhando com o abismo.