Gota D'água

Trabalhadores (as) de terceirizadas fazem marchas de protesto na Bahia

23/11/2019

Uma série inédita de protestos, desde trabalhadores até prefeitos, iniciada na semana passada, mostra a que ponto chegou a perversidade da terceirização na Embasa. Empregados (as) da “gata” Emissão cruzaram os braços e saíram em passeata em Ilhéus, houve paralisações nas unidades regionais de Feira de Santana e Alagoinhas, repercutindo em inúmeros municípios, tudo por conta de atraso nos salários, nos tíquetes refeição e de transporte, sem mencionar a falta de plano de saúde e de recolhimento do FGTS e da previdência social.

Em algumas localidades o atraso de salário chega a dois meses. E mais: não é de agora os atrasos de pagamentos, nem os protestos do pessoal. Os problemas com a Emissão teriam se agravado desde julho, quando o contrato acabou e a empresa não indenizou os seus trabalhadores. Mas tem havido problemas também em outras empreiteiras, como em Vitória da Conquista, com a Projecom. Reclamações contra a Tubonews também são frequentes.

A terceirização, por sua vez, não diminui: na unidade de Alagoinhas existe um sistema integrado que atende distritos de Inhambupe, mais Aporá, Acajutiba e Esplanada, e este funciona com 23 terceirizados e apenas um funcionário próprio da Embasa.

O que se vê, além da miserabilidade forçada e desumana de trabalhadores (as), muitos sendo socorridos por doações de empregados (as) da Embasa, é que esta empresa sofre com a sua imagem pois vão se avolumando as reclamações pela não execução de serviços. Prefeitos estão revoltados e não se sabe onde isso vai dar.

Por essa razão, é oportuno perguntar: a quem interessa a terceirização na Embasa? Mesmo punida pelo Ministério Público do Trabalho, obrigada que foi a pagar multa e cumprir obrigações, ela segue mantendo a terceirização ilegal e abusiva. Fez pior, ao adotar um novo modelo de contrato, o de performance, no qual é vencedora a empreiteira que cobrar menos para o cumprimento da obrigação. Logo, isso leva a uma super exploração de trabalhadores (as), incentiva artifícios (irregularidades) para garantir a compensação e o lucro e por aí vai.