Gota D'água

Governo acelera o golpe da privatização no saneamento

09/10/2019

Governo acelera o golpe da privatização no saneamento

Ficou bem claro para quem participou nesta segunda (7), no Ministério Público da Bahia, do seminário regional que discutiu o Projeto de Lei 3261 que tem por objetivo privatizar o saneamento: o cerco está se fechando e o governo já tem pronto o golpe para entregar o setor aos empresários.

Presidente da Comissão Especial do PL 3261, o deputado federal Geninho (DEM-SP) antecipou para esta quarta (9) a leitura do seu relatório. Quer aprová-lo logo na comissão (o governo tem ampla maioria) e levá-lo para votação no plenário, buscando “fechar o pacote” até novembro.

Esta semana será “mais uma batalha de vida ou morte para o saneamento”, como disse o deputado federal Marcelo Nilo (PSB-Ba). Citou a omissão dos governadores e exemplificou o caso da Bahia, que tem parlamentares da base do governo que no Congresso têm postura de extrema direita e votam com o governo Bolsonaro.



A opção do governo baiano foi exposta pelo secretário de Infraestrutura Hídrica e Saneamento, Leonardo Góes: disse que a Bahia está pronta para fazer a parceria com a iniciativa privada e assim será feito um contrato para o sistema de esgotamento sanitário de Feira de Santana. Ao lado dele, o presidente da Embasa, Rogério Cedraz, repetiu o que tem pregado por onde passa: o saneamento precisa da iniciativa privada.

“A iniciativa privada não resolverá os problemas do saneamento, isso é cinismo”, bradou o deputado estadual Marcelino Galo (PT-Ba). O protesto dele foi traduzido pelo deputado federal Joseildo Ramos (PT-Ba), que requereu o seminário e recentemente visitou a capital do Amazonas: “Manaus tem 19 anos de saneamento privado, já teve quatro empresas e tem 75% de perda de água. É um fiasco”.

O coordenador do Sindae, Danillo Assunção, alertou para o perigo da privatização e os prejuízos à população mais pobre. Representante dos (das) trabalhadores (as) no Conselho de Administração da Embasa, Abelardo de Oliveira explicou que o objetivo central do PL 3261 é acabar com os contratos de programa, pilar de sustentação das companhias públicas. Ele entende que dá para enfrentar o governo, que já perdeu outras vezes que tentou privatizar. Também estiveram no seminário o deputado Afonso Florence, a vereadora Marta Rodrigues (PT) e o diretor de Planejamento da Embasa, César Ramos.