Gota D'água

Embasa e Cerb: Grande passeata de protesto faz cobranças e denúncias. Governo promete respostas

15/09/2019

Embasa e Cerb: Grande passeata de protesto faz cobranças e denúncias. Governo promete respostas
FOTO: ACERVO SINDAE

Trabalhadores (as) da Embasa e da Cerb voltaram a protagonizar outro grande momento de luta, determinação e consciência política realizando uma grande passeata na última sexta (13), pelo CAB, numa manifestação que terminou com protesto diante da Governadoria. Cerca de 1.500 empregados (as) dessas empresas levaram cobranças e denúncias, deram recados, exigiram respeito e terminaram sendo ouvidos. 

Deixamos claro que a nossa luta vai além do acordo coletivo, pois vamos resistir a qualquer forma de privatização, indicando repúdio às insinuações de que existem estudos visando estreitar parcerias com o capital privado. No fim da manifestação, o governo designou a secretária de Relações Institucionais, Cibele Carvalho, para discutir as demandas da categoria com dirigentes do Sindae.

Embasa - Em relação à Embasa, reclamamos que a diretoria se retirou das negociações do acordo coletivo (contratou um advogado para isso) e quer impor a coparticipação no plano de saúde, criando impasse.

Foi entregue a ela o relatório da comissão que analisou a questão do plano de saúde e cujo resultado mostra que: não há razão para mudar de modelo, a operadora do plano atua com margem de lucro acima do previsto no contrato e o atual contrato ainda pode ser renovado outras vezes. Citamos, ainda, que o Sindicato quer discutir a saúde como um todo para reduzir o índice de adoecimento e o (a) trabalhador (a) tenha boa qualidade de vida. A secretária ligou para o presidente da Embasa, Rogério Cedraz, e ficou de marcar uma reunião com ele e o Sindicato.

Cerb - Quanto à Cerb, fizemos a reclamação de que o acordo coletivo está parado, mesmo com várias pendências, inclusive do reajuste salarial. Cobramos resposta sobre a promoção de um grupo de empregados (16) cuja análise está na Procuradoria Geral do Estado, além a eleição do representante dos (das) trabalhadores (as) no Conselho de Administração e a reestruturação da empresa, com projeto entregue por uma comissão ao governador e que não vem sendo respeitado pela diretoria. Cibele Carvalho prometeu que marcará uma reunião com a Secretaria de Administração e a direção da Cerb e depois dará resposta.

Resistência - Além de cobrar diálogo nas negociações dos acordos coletivos nessas empresas, repudiamos a insistência com que o presidente da Embasa, Rogério Cedraz, fala de estudos para abertura do capital da empresa e contratação de novas PPP’s, como fez recentemente num encontro de prefeitos baianos. É vender ações na bolsa de valores como se vende banana na feira, sob a lógica de que água é um negócio qualquer que deve gerar lucro, em vez de que é um bem essencial à vida.

A prevalecer isso, o governo incorre em contradição, pois critica as medidas de extermínio do patrimônio público do presidente Bolsonaro, como o desmonte da Petrobras, que pode ser fechada na Bahia, causando desemprego em massa e deixando de gerar riquezas no estado, enquanto aqui se articula algo que pode resultar no mesmo com a Embasa e a Cerb.

O coordenador do Sindae, Danillo Assunção, afirmou que a luta da categoria é pelo saneamento público e de qualidade, com valorização das empresas e dos (das) trabalhadores (as), com regulamentação da Lei Estadual de Saneamento para garantir a universalização dos serviços. Ele denunciou a política de “engorda” da Embasa, que acumula dinheiro em caixa, não investe e ainda quer reduzir custos em cima da categoria. Alertou para o risco de mudança no plano de saúde, citando que é preciso discutir não a mudança do modelo, mas a melhora do atendimento e a questão da saúde como um todo.

O deputado estadual Hilton Coelho (Psol) se solidarizou com a luta contra a privatização: “hoje, a água é a pauta do movimento social no mundo inteiro” devido ao interesse de potências estrangeiras para ter o controle dela, já que está ficando escassa no planeta. E alertou: “Parece que houve abertura para roubarem o Brasil sem nenhum escrúpulo. O que vão deixar para os brasileiros?” – perguntou ele.

Trabalhadores (as) de várias unidades da Embasa em Salvador, Feira de Santana e Região Metropolitana, bem como da Cerb (capital e Feira de Santana) participaram da passeata. 

Também estiveram presentes na manifestação o vereador Marcos Mendes (Psol), e Lídia de Jesus, da Federação Nacional dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social, Lídia de Jesus.