Sem encontrar solução para o saneamento de Itabuna, apesar de suas várias gestões à frente do município, o prefeito de Itabuna, Fernando Gomes (DEM), quer arriscar num modelo que a população já recusou, que torna pior e mais caro o serviço e que vem caindo em desuso nas diversas regiões do mundo. Gomes anunciou na semana passada algo que já fez outras vezes: a intenção de vender a Emasa e, assim, deixar a água sob gestão de empresários.

Como se diz em Itabuna, “o prefeito está sem norte”. Foi dele, décadas atrás, a iniciativa de tomar os serviços de água e esgoto da Embasa, quando fundou a Emasa e, com ela, criou o que a imprensa local chamou na época de enorme cabide de emprego. “Esqueceu” de investir no setor e os serviços foram piorando. Depois, tentou privatizar, foi derrotado, teria sido contra a parceria do prefeito anterior (Vane) para recolocar o serviço com a Embasa e, agora, volta a falar em privatização, mesmo depois do governo do estado ter entregue a Barragem do Rio Colônia, pondo fim à uma gravíssima crise de água que assolou a região.

A Embasa quer a indenização por seus equipamentos usados pela Emasa, o plano de saneamento está defasado e em nenhum momento a Câmara de Vereadores autorizou a venda da empresa municipal. Alguns partidos já se colocaram contra – o que mostra a guerra que vem por aí. Vereadores locais criticam muito o prefeito, pois ele estaria repassando um negócio nada pequeno – cerca de R$ 2 bilhões ao longo de 30 anos. Tem muito empresário querendo entrar nessa festa.

Junto com os movimentos sociais, associações de moradores e partidos políticos, o Sindicato estará participando de ações para derrotar o prefeito mais uma vez. Até porque água é bem essencial à vida, não pode ser motivo de lucro.