Responsável por tomar da Embasa a gestão do serviço e colocar sob o comando do município o saneamento, daí ter criado a Emasa, o prefeito Fernando Gomes vem insistindo para criar um outro caminho, desta vez a privatização. Se tiver êxito, vai comemorar sozinho, pois o resultado será danoso para a população, que terá de arcar com uma alta de tarifa como nunca Itabuna experimentou.

De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), contratada pelo prefeito, logo no primeiro ano da privatização deveria ocorrer um aumento de 44% nas tarifas de abastecimento para dar fôlego à empresa privada investir em obras na cidade. Ninguém sabe a partir de quais bases surgiu essa indicação, assim como a necessidade de investir R$ 350 milhões em água e esgoto no decorrer de 35 anos.

Os questionamentos desses números se dão não apenas por serem elevados, incluindo o aumento de tarifa, mas também pelo fato do estudo da FGV ter se baseado no Plano Municipal de Saneamento, feito em 2015, portanto defasado. Atual mesmo é o preço cobrado pela Fundação para fazer o estudo, em torno de R$ 1.300.000,00 (um milhão e trezentos mil), sendo R$ 500.000,00 (quinhentos mil) pagos pela Prefeitura e os R$ 800.000,00 (oitocentos mil) restantes devendo ser pagos pela empresa que vier a assumir o serviço – o que por si só já é uma grave irregularidade.

Outro detalhe importante é que o estudo não indica como seria pago o enorme passivo da Emasa, uma dívida que hoje gira em torno de R$ 100 milhões. Da mesma forma, não há previsão de como seria paga a indenização à Embasa, que é dona de equipamentos e das redes implantadas no município, sendo este um passivo que é objeto de uma ação judicial da empresa contra a prefeitura de Itabuna.

Fato é que a sociedade precisa se mobilizar para barrar mais uma tentativa de privatização da água em Itabuna. O Sindicato tem discutido com vereadores e na semana passada discutiu o assunto com Enderson Guinho, que é presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara. Além disso, vamos reativar o Comitê em Defesa do Saneamento e ir para os bairros mobilizar a população.