Levando bandeiras pela preservação dos recursos hídricos e denúncias de agressões ao planeta, uma multidão tomou o centro de Salvador para celebrar a passagem do Dia Mundial da Água (22 de março) e, ao mesmo tempo, protestar contra a predatória ação humana – e dos governantes e empresários - contra mananciais hídricos e o meio ambiente. Foi a caminhada do XIX Grito da Água, maior manifestação de rua do Brasil para comemorar essa data que foi instituída pela ONU em 1992, durante a conferência realizada no Rio de janeiro.

Foram levadas para a rua protestos contra os crimes sociais e ambientais de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, contra a privatização da Embasa e ameaças à Cerb, a degradação e tamponamento dos rios de Salvador, a poluição das praias, a falta de água em vários bairros da capital e cidades do interior, além de denúncias como a contaminação do Rio São Francisco pela lama tóxica de Brumadinho e pelos agrotóxicos, além da falta de políticas para o saneamento básico (água e esgoto). Também houve protestos contra a reforma da previdência e a prisão de Lula.

Estudantes, grupos de capoeira e dança, terreiros e entidades ambientalistas e do movimento social, participaram da caminhada que teve fanfarras, bonecos gigantes e trio elétrico animando o grupo. O Grito da Água é promovido anualmente pelo Sindae, servindo de referência para outras mobilizações em diferentes estados. Faz parte da pauta visando a conscientização da sociedade sobre a importância da água e da sua gestão pública e eficiente, como forma de garantir saúde e vida para toda a população.

Este anos, entre outros grupos e entidades, participaram da caminhada a Associação Dandara, Terno Girassol, grupos de Cajazeiras, Fundação Dr. Jesus, Sindiquímica, Corcomej (Candeias), GTO Puã, Fankep (Saramandaia), Grupo Cultura do Corpo, Movimento dos Atingidos por Barragens, Levante de Juventude, grupo de capoeira Aluubac, Grupo Arte e Vida da Escola Visconde de Mauá, Banda Tambores e Cores (Pelourinho), Escola Teodoro Sampaio, fanfarra do Colégio 2 de Julho, Colégio Kleber Pacheco, Grupo de Jovens do São Gonçalo, Grupo Corisco, grupo de capoeira do mestre Guy (Paripe), estudantes da Escola Politécnica da Ufba, grupo de percursão Obá de Xangô, Maria Filipa, Grupo Amigos do Velho Chico, Fundação Terra Mirim, Instituto Búzios, Fórum Permanente de Itapuã, Bloco Diamante Negro, Mídia e Re(E)xistência, Auditoria Cidadfã da Dívida, além de representantes de vários sindicatos, como Sindiquímica, Sinergia, Sincotelba, Sindvigilantes e Fentect, e de parlamentares.